quarta-feira, março 03, 2004
Lá por 1956, tínhamos um professor de inglês, o Mister Young, que além de professor se dizia também curador (curandeiro). Era por radioestesia ou algo assim, que dizia curar tudo e quem quer que fosse, com qualquer tipo de problemas. Perguntamos, eu e meus irmãos, se ele curava pessoas em cadeira de rodas, no que ele disse que, com certeza, sim.
Saímos de sua casa radiantes, pois tínhamos uma vizinha, a Neta, que era entrevada desde sempre e pensamos que todos os problemas delas tinham sido resolvidos.
No mesmo dia convocamos toda a molecada do prédio, Jorge, Xoxó, Paulinho, Reinaldão, eu e meus irmãos e pegamos a Neta que imediatamente de dispôs ir ao encontro com sua cura.
Andamos uns cinco quarteirões por Higienópolis noite adentro a toda velocidade. A meninada empurrou com vontade e confiança, numa alegria, a cadeira de rodas com a Neta .
Quando lá chegamos, a casa do Mister Young tinha uma entrada estreita e logo em seguida uma escada. Levamos a Neta com cadeira e tudo lá pra cima rapidinho. E apresentamos a Neta para seu curador. Não sei bem o que se deu ou qual foi o diálogo entre eles mas acredito que ele sentiu que era jogo duro, a maior encrenca.
Sei que voltamos pelo mesmo caminho meio desanimados, mas pensando na alegria daquela jornada sei que o milagre, mesmo não evidente, tinha sido feito.