quinta-feira, setembro 04, 2003
Na fazenda todos andavam a cavalo menos eu que andava numa mula, que se
chamava Baihana. Era uma lerdeza, uma tristeza, e dura de levar como ela só. Quando todos galopavam, eu mal conseguia trotar, mesmo às custa de chicotadas.
Um dia, vi um peão montando a Baihiana e essa me pareceu a mais linda das montarias: Fogosa, arisca e ágil!!!
Fiquei maravilhado e achei que todos os meus problemas tinham se resolvido, no que constatei que era em razão do peão estar usando esporas.
Dito e feito, nos meus onze anos, vesti um par delas e lá fui eu, meio na surdina, longe dos meus irmãos, montar a mula!
A peãozada ficou só olhando, calada!
eheheheheheh
Na primeira picada que dei com as rosetas, a bicha retesou e deu um tremendo salto, seguido de uma fantástica arrancada e desembestou. Não consegui mais conter a disparada e no galope desenfreado eu ia, com o balançar das pernas, esporeando cada vez mais e mais e mais a barriga dela... que só acabou quando no limite da cerca ela refugou e caí, traumaticamente, pra fora da sela, meio com o pé enroscado no estribo e ainda arrastado por alguns metros. Foi um pesadelo infinito que enquanto durou, rezei uns vinte pai-nossos e umas quarenta ave-marias, jurei vir a ser bom e nunca mais usar esporas na vida!
Moral: uma dureza é, nas mãos hábeis e experientes, uma beleza, que por volta da incompetência, é uma bela encrenca com juramentos prósperos!
E não é que esse blog está fazendo, nesse mês, dois anos e me parece que só agora estou começando a me abrir! ;) ehehe