quinta-feira, dezembro 25, 2003
quarta-feira, dezembro 24, 2003
domingo, dezembro 21, 2003
domingo, dezembro 14, 2003
sexta-feira, dezembro 12, 2003
Vi com os meus olhos. Foi com o Gigue, nosso saudoso cachorro labrador que ficou com a gente uns 14 anos. Foi logo quando ele chegou, novinhos, uns 6 meses. Na beira do lago daqui de casa ele ficou doido com a saparia e rapidamente comeu um. Engoliu bonito o bichinho.
Fiquei abismado! Putz, o cão come sapo!!! Nunca tinha visto coisa igual.
E foi só esperar pra acontecer. Minutos depois ele cuspiu, como num vômito, o sapo inteirinho, vivinho da silva, boca afora, que saiu andando numa boa.
quarta-feira, dezembro 10, 2003
negro negro negro
negro negro negro
negro negro negro
negro negro negro
negro negro negro
negro negro negro
negro negro negro
negro negro negro
negro negro negro
negro negro negro
negro negro negro
negro negro negro
negro negro negro
um brilho negro
negro negro outro brilho
negro negro negro
brilho minúsculo
brilho brilho brilho
negro negro negro
brilho brilho negro
negro negro negro
horizonte horizonte
mais claro
casas vazias de Toltecas
que se projetaram para outras esferas
quando saltaram no abismo
pedra espaço planta espaço ser
cinza cinza sombra cinza
sombra sombra cinza
cinza cinza cinza
cinza cinza cinza
cinza cinza cinza
cinza cinza cinza
cinza mais escuro
cinza mais escuro
cinza mais escuro
cinza mais escuro
cinza mais escuro
cinza mais escuro
cinza mais escuro
cinza mais escuro
negro negro negro
negro negro negro
negro negro negro
negro negro negro
negro negro negro
negro negro negro
negro negro negro
negro negro negro
negro negro negro
negro negro negro
negro negro negro
negro negro negro
negro negro negro
negro negro negro
negro negro negro
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negro negro negro
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um brilho negro
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negro negro negro
brilho minúsculo
brilho brilho brilho
negro negro negro
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negro negro negro
horizonte horizonte
mais claro
casas vazias de Toltecas
que se projetaram para outras esferas
quando saltaram no abismo
pedra espaço planta espaço ser
cinza cinza sombra cinza
sombra sombra cinza
cinza cinza cinza
cinza cinza cinza
cinza cinza cinza
cinza cinza cinza
cinza mais escuro
cinza mais escuro
cinza mais escuro
cinza mais escuro
cinza mais escuro
cinza mais escuro
cinza mais escuro
cinza mais escuro
negro negro negro
negro negro negro
negro negro negro
negro negro negro
negro negro negro
negro negro negro
negro negro negro
negro negro negro
negro negro negro
negro negro negro
negro negro negro
negro negro negro
negro negro negro
negro negro negro
negro negro negro
negro negro negro
sábado, dezembro 06, 2003
sexta-feira, dezembro 05, 2003
quarta-feira, dezembro 03, 2003
domingo, novembro 30, 2003
quinta-feira, novembro 27, 2003
terça-feira, novembro 25, 2003
domingo, novembro 23, 2003
sexta-feira, novembro 21, 2003
Em 1969 passei uns tempos em Londres e veio a ter comigo o Zé Resende. Um dia o Zé me convidou para conhecer o Hélio Oiticica que por lá estava expondo seu trabalho na White Chapple. Nos encontramos num café em Knigthsbridge, um bairro chique. Imediatamente quando ele lá entrou, falou - Não gosto daqui, lugar metido (num tom baixo, cariocado, malandro e sóbrio), e, mais adiante esclareceu – Gosto de lugar que tem bandido. E no desenrolar da conversa, reclamou que tinha colocado uma mesa de sinuca na sua exposição e não conseguiu ver uma “puta” duma mosca para coroar sua instalação. Lá pelas tantas ofereci um cigarro pra ele, no que ele me respondeu - eu não... não fumo essa fumaça boba, puxa, puxa e não dá nada! Só fumo maconha! Fiquei assustadíssimo e encantado! Depois seguimos para a Tate Galery que lá estavam expondo os minimalistas, numa beleza de exposição. Nisso o Hélio revelou toda sua sensibilidade e inteligência. Nunca me esqueço do momento em que ele, diante de um Kelly, mostrou seu enorme tesão pelo que estava vendo e vivenciando. Iluminou os trabalhos de uma forma que nunca tinha percebido. Sabia tudo. Transmitiu emoção, clareza e entendimento. Uma luz! Que experiência!!! Tento através dos anos reconstituir todo esse nosso encontro nos mínimos detalhes para resgatá-lo na sua inteireza. Pérola!
quarta-feira, novembro 19, 2003
segunda-feira, novembro 10, 2003
sexta-feira, novembro 07, 2003
Em 1967 dei meus primeiros passos na pintura, com entusiasmo, paixão e inconsciência.
Éramos eu e o Boi (José C. Ferreira) e imediatamente queríamos expor. Essa era a palavra mágica. Expor. Não existia faculdade de artes plásticas e expor era a via régia para se saber “artista”.
Nos inscrevemos no salão de Campinas e todo o dia íamos ao jornaleiro para ver se tinha saído o resultado. Não é que um dia saiu e lá estavam os nossos nomes.
EBAAAA, TINHAMOS SIDO ACEITOS!! Isso era uma glória!
Imediatamente comemoramos com uma puta festa, convidando todo mundo.
No dia da inauguração para lá fomos em caravana noturna de quatro carros, pai, mãe, irmãos, namoradas e amigos.
Quando lá chegamos, imediatamente procurei por meu trabalho. Queria vê-lo pendurado na exposição...e nada de achar. Perguntando para a administração o que se passava, acabaram por constatar que eu não fazia parte do salão. Tinha sido recusado e portanto o meu nome saiu no jornal por engano.
Com o Boi foi tudo normal e me lembro do Mario Shemberg (um dos jurados) falando bem do seu trabalho.
Para mim foi uma viajem para o abismo. Uma verdadeira iniciação ao que seria esse mundo das artes.
Como disse a Leda Catunda, metade da vida foi ser recusado de salões, a outra foi ser jurado. Como entendi depois, não era para principiante!
eheheheheheheheh
quarta-feira, novembro 05, 2003
sábado, novembro 01, 2003
quinta-feira, outubro 30, 2003
segunda-feira, outubro 27, 2003
sexta-feira, outubro 24, 2003
Eu e o Rafa, meu filho, estávamos sentados na areia do Leblon, num fim de tarde tranqüilo, e num segundo, sem percebemos como, sentaram bem próximo de nós, mas bem próximo mesmo, um casal. Ela discreta e mais distante e ele, com os movimentos do corpo comprometidos por algum derrame e com evidências de dificuldade de falar e se locomover, mas muito comunicativo, puxou conversa com a gente ( não existe possibilidade de você estar sentado sem que isso aconteça, no Rio).
Ele contou que era alagoano e morava no Rio a mais de 40 anos e seus filhos eram cariocas, como foi o seu derrame, e por aí foi. Perguntou por nós e nos sabendo paulistas elogiou o Maluf (eca!)... Lá pelas tantas perguntou se não íamos nadar? Dissemos que sim pois era essa nossa intenção. E não é que ele pediu para ir conosco e se podíamos dar uma ajudinha. Eu e o Rafa o pegamos no colo, cada um dum lado e lá fomos pra água. E quando estávamos com água pelos joelhos ele falou –Pode largar! E assim fizemos e ele afundou imediatamente e logo emergindo e afundando vigorosamente, afundou de novo, e tome onda, e respirou, três vezes, e em movimentos enérgicos e descordenados tomou seu banho de mar.
Foi o banho de mar mais valorizado e insólito que jamais tinha visto. Senti-me numa cena bíblica, levando um aleijado se banhar no poço de Siloé! Impressionante.
Falou que estava satisfeito, agradecido e se podíamos levá-lo para a areia. Assim fizemos e de lá se despediu e foi embora com sua mulher.
Pensei que nunca tinha visto tamanha determinação de um ato de vontade. Equivalia a um batismo. Ele sabia o que queria e como conseguir.
Ficamos maravilhados.
terça-feira, outubro 21, 2003
terça-feira, outubro 14, 2003
segunda-feira, outubro 13, 2003
quarta-feira, outubro 08, 2003
Tinha feito 2.500 catálogos para a Bienal de SP em 1987. Não contente com o resultado pedi para o carroceiro levá-los embora.
Um ano depois, jejuando, estava andando pelo bairro , e me adentrei num terreno baldio e eis que se deu o choque. Meio atordoado pela fome e com as idéias confusas me deparei com o fato inconcebível. Eram mais de 2.000 caras minhas espalhadas pelo chão, como se o meu Eu tivesse se partido em milhares eus diminutos e num segundo me senti descarregado de uma infinidade de mim mesmo. Dei-me conta que eram os catálogos que o carroceiro despejara no local mais próximo que achou. Belo jejum!
sexta-feira, outubro 03, 2003
As coisas se revelam devagarinho nesse mundo.
Isso é o que consegui "ver" do Guto Galli.
Não tem uma sexta que ele não vem aqui
no meu blog desejar um bom findi para mim.
Guto - Muita porpeta e uma vida inteira boa pra você também!
Preparativos para exposição no Mario Quintana, Porto Alegre, 1993
A situação era a seguinte: A galeria era dentro do Hotel tombado e a porta da galeria era estreita.
Pensei em colocar um trabalho grande (3x15 m) pois a galeria era enorme e belíssima e não teria como entrar. Fiz o trabalho dentro do espaço e só pôde ser retirado serrando-o em 10 pedaços. Remontei esse trabalho no Paço Imperial do Rio de Janeiro que por sua vez foi serrado de novo. Até hoje tem telhado na minha casa com parte do trabalho, dei umas outras partes para umas coberturas de favela e outros destinos mais.
Recebi essa foto da Giniki, 1994
Confirmando o escopo. Meu trabalho é pescar pessoas.
quinta-feira, outubro 02, 2003
quarta-feira, outubro 01, 2003
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